segunda-feira, 1 de novembro de 2010

REFLEXÕES DE UM DERROTADO
No meio da tarde de ontem, 31/10, enquanto muitos eleitores ainda se dirigiam as suas secções eleitorais, transitei pela Cidade para verificar qual o quadro que se avistava. A festa da democracia era muito bonita. Fui saudado por correligionários partidários e respeitado pelos adversários politicos. Em cada esquina era muito bonito se verificar a forma como cada familia buscava declarar sua opção.
Ao final, declarado o vencedor, pela primeira vez apoderou-se de mim um grande cansaço. Empreendi uma luta muito grande na tentativa de "pedir mais uma chance" a minha candidata. Obtive avanços significativos. O maior deles foi trazer para o meu lado pessoas que outrora nos tinham como "satanás". Amigos que aceitaram dialogar sobre uma nova alternativa e que passaram a ver o mundo com outros olhos. Os que me conhecem sabem muito bem que a ninguém procurei agredir na tentativa de fazer prevalecer meus argumentos. Respeitei a todos, embora não possa dizer que a recíproca tenha sido verdadeira. Isso foi muito bom no sentido de identificar "cristãos" que usam a capa de cordeiro aos sábados, mas que no fundo semeiam aos demais familiares e a todos quantos lhes tem acesso um ódio injustificável, desprovido de qualquer sentimento. São incapazes de dialogar, justificando suas opções, preferindo agredir com chavões totalmente ultrapassados. Na reta final busquei afastar-me deles o máximo possível. No entanto, como diz um amigo "isso faz parte". Jesus que o diga!
Sabiamos, todos os que optaram por Ana Júlia, que nossa missão seria deveras desgastante. Afinal, não é necessário ser um bom analista político para reconhecer que a atual Governadora deixou muito a desejar, deixando-nos, como seus partidários, numa situação muito delicada. Nossa derrota foi por 11%! Houvesse Ela, feito um governo apenas razoável, certamente teria mais quatro anos de governo. Sua assessoria foi da pior qualidade! A falta de respostas convincentes, como a questão dos bebês da Santa Casa mortos, plenamente justificáveis e a questão da copa do mundo, que é absolutamente justificável, não foram levadas a público como deveriam. Sua performance nos debates em nada prejudicou sua reeleição! Repito: os 11% de diferença mostram que a maioria da população não optou por Jatene. Foram 1.275.991 abstenções e 49.303 brancos que, somados aos votos de Ana Júlia (1.477.609), totalizam 2.802.903. Isso dá quase um milhão de votos a mais que os votos do vencedor. O que se viu portanto, foi uma grande rejeição a Governadora e não a escolha de um estadista.
Admito, porém, que vejo muitas virtudes no eleito. Sua folha de serviços prestados ao Pará são de boa qualidade. Oro para que nosso Estado conquiste em seu mandato aquilo que todos clamamos. Será óbvio, porém, que ao final de seu governo nosso Estado não tenha o melhor sistema de saúde, a segurança pública ideal e a infraestrutura que todos sonhamos. Nem por isso terá meu ódio ou rancor.
Sinto-me, feliz pelos desafios dessa campanha. Fiz o que deveria fazer e fico com a certeza do dever cumprido. Agora conheço bem mais as pessoas e suas cabeças! Sei o que esperar e o que não esperar de muitas delas.
Em tempo: Para quem esperava uma vitória de 59 a 41, teve que, mais uma vez, admitir a manipulação do IBOPE. Afinal os números foram 55 a 44.

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