quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

MANCADA AMAZONENSE

Até o presente momento não tive acesso a matéria televisiva na qual o Prefeito de Manaus, Amazonino Mendes "teria achincalhado uma paraense" publicamente. Certo é que o tema tomou grande parte dos trabalhos desta terça-feira na sessão ordinária da Câmara Municipal de Belém,
Abaixo reproduzo nota de repúdio da CMB ao Prefeito amazonense, assim como manifesto do Governo do Estado e da classe empresarial.

Câmara Municipal de Belém

Manifesto de repúdio
CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM
Estado do Pará

 
MANIFESTO

Amazonino flagrado desrespeitando uma paraense


 
A CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM, pelo seu Douto e Soberano Plenário, e atendendo aos diversos requerimentos dos Excelentíssimos Senhores vereadores, vem apresentar VOTOS DE REPÚDIO, contra o Prefeito Municipal de Manaus, Senhor Amazonino Mendes, pela sua atitude discriminatória contra o Povo Paraense, quando se referiu diretamente de forma pejorativa a uma cidadã paraense, ofendendo a dignidade e a essência da cidadania e da democracia que a mesma representava.
Tal postura cristaliza gravame às normas constitucionais, consagradas no seu artigo 5º, somando-se à ofensa da dignidade humana, estendendo-se à soberania nacional do Estado Democrático de Direito, causando profundo ressentimento ao Povo Paraense.
Assim, o Parlamento Municipal, por unanimidade, insurge-se com veemência, com o clamor do múnus político, em declarar o Prefeito do Município de Manaus, PERSONNA NON GRATA em face do gravame perpetrado.,
Dê-se ciência e ampla divulgação do teor da presente moção.

 
SALÃO PLENÁRIO VEREADOR LAMEIRA BITTENCOURT, Belém do Pará, em 22 de fevereiro de 2011.

 
Câmara declara Amazonino Mendes Persona Non Grata
Todos os trinta e cinco vereadores, por unanimidade e sob aplausos, repudiaram e declararam formalmente persona non grata o prefeito de Manaus (AM), Amazonino Mendes (PTB), em documento (na íntegra, abaixo) lido solenemente pelo presidente da Câmara de Belém, vereador Raimundo Castro (PTB), ao final da sessão, nesta terça-feira 22. ‘Grosseiro’, ‘preconceituoso’, ‘mal educado’ e ‘despreparado’ foram alguns dos muitos adjetivos que acompanharam os pronunciamentos.


Governo do Estado divulga nota de repúdio

Quarta-Feira, 23/02/2011


O governo do Pará reagiu com indignação ao que considerou uma “discriminação” contra uma paraense pelo prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, que, ontem, ao discutir com uma moradora de área em risco de desabamento pediu que ela morresse e ao saber a origem dela sentenciou: “então está explicado”. Segundo o governo, em noa oficial, o prefeito mostrou, ante um problema social, “desequilíbrio e destempero” ao ofender a moradora, deixando transparecer que todo o problema reside no fato de a mesma ser paraense.
A nota considera inaceitável que, em qualquer circunstância, um ser humano sofra discriminação de qualquer espécie, ainda mais de autoridade pública eleita pelo povo.
Para o governo, a atitude de Mendes não reflete o pensamento da maioria dos manauaras e amazonenses, que convivem há séculos e “historicamente lutam bravamente com os seus vizinhos amazônidas” por uma sociedade mais justa e fraterna e por uma Amazônia “respeitada nacional e internacionalmente”.
Por fim, a nota salienta que muitos paraenses migraram para Manaus em busca de uma vida melhor. Como é fato também que muitos amazonenses foram para o Pará, fazendo companhia aos irmãos de outros Estados, em busca de um futuro melhor.
O texto também afirma que certamente a atitude do prefeito não reflete o pensamento da maioria dos manauaras e amazonenses.
“A realidade é dura para todos nós na Amazônia e é incompreensível que haja rancores entre nós e, pior, alimentados por alguém que detém autoridade”, completa a nota.
A nota foi divulgada ontem à tarde, via Secretaria de Estado de Comunicação, depois que o governo decidiu se manifestar sobre a polêmica gerada pelas declarações do prefeito de Manaus.
Famep divulga manifesto
A Federação das Associações de Municípios do Pará divulgou ontem um manifesto contra as declarações de Amazonino Mendes, que classifica de “infelizes”, em relação à moradora da área de risco em Manaus, a quem ele tratou com desdém depois que ela se identificou como paraense.
Segundo o documento, assinado pelo presidente da entidade, o prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho, “não houve, por parte do prefeito de Manaus, nem ética, nem respeito”, uma atitude que “pode resultar em discórdia entre paraenses e amazonenses, motivadas por uma rivalidade inexistente”.
Diz o documento que a Famep espera reverter esse fato criado, mostrando que os municípios paraenses desejam manter uma relação de “irmandade com nossos vizinhos do Estado do Amazonas, pois somos todos brasileiros acima de tudo”. (Diário do Pará)





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