
Retornava do bairro do Marco na noite da última quarta-feira, acompanhado de minha filha de 11 anos, a qual havia ido buscar na casa de uma amiga.


Ocorre que, do interior do veículo, algumas mulheres saíam desesperadas, clamando por socorro. O choque parecia de tão baixa proporção que ficamos sem entender ao certo o que justificava todo aquele desespero. Rapidamente, no entanto, alguns transeuntes passaram a mostrar solidariedade com o quadro que se avistava. Eu e minha filha continuavamos do outro lado da rua, ainda como observadores ignorantes quanto a situação e pela nossa frente ainda transitava um grande número de veículos.
Passamos a compreeder que algo grave havia ocorrido quando populares correram em direção ao posto da 192, que se localiza bem próximo a minha residência, na Cidade Nova III, em busca de socorro médico.
O que ocorreu, na verdade foi que o motorista do veículo que supostamente provocara a colisão com o carro de mão na verdade havia sido baleado por não atender ao pedido de assaltantes para parar o veículo. Esse, na verdade, era o motivo do desespero das pessoas que saíram de dentro do automóvel que havia se chocado devido o condutor encontrar-se gravemente ferido.
Apressei os passos para deixar minha filha em casa e retornei, minutos depois para tomar conhecimento da veracidade do ocorrido e lá já se encontravam duas ambulâncias e os primeiros socorros estavam em andamento, com o ferido deitado sobre o asfalto e seus familiares inconsoláveis, sendo confortados por curiosos que continuavam a chegar.
Não entendi porque exatamente o cidadão baleado não foi conduzido logo ao hospital! Minha aflição aumentou quando, por entre a multidão, pude observar claramente aquela massagem cardíaca que os paramédicos fazem quando a situação lhes estar fugindo ao controle. Comecei a ter, então, a exata noção do desespero dos familiares. Ouvi alguns dizendo: " Acalmem-se, ele já está sendo atendido e passa bem". Ocorre que somente elas, que encontravam-se dentro do veículo a quando do baleamento notaram a forma como seu ente querido se encontrava logo após o tiro. Aquele era o desespêro de quem previa o pior.
Retirei-me dali muito angustiado e preocupado. Entrei no Formosa e quando sai a multidão já havia se dispersado e o ferido conduzido em uma ambulância para o Hospital Metropolitano.
Aguardei até a manhã do dia seguinte para ouvir por uma emissora de rádio alguma noticia sobre o ocorrido. Só as 07h15 da manhã, quando me encontrava na frente do Terminal Rodoviário, ao ler o jornal, tomei conhecimento do falecimento daquele pai de familia.
Antes de dormir, na noite do crime, passei a orar a Deus pelo conforto àquela familia. Ao tomar conhecimento da morte do cidadão, minhas orações se dobraram. Passei, então, a colocar-me no lugar daquelas pessoas que, provavelmente, retornavam de uma atividade em familia. Quem sabe um jantar, um passeio, uma visita a parentes ou amigos. Saíram de casa como uma familia completa e retornaram sem o chefe da família.
Ao chegar em casa assisti pela televisão o Pr. Ivan Saraiva pregar sobre a mensagem de apocalipse que diz que no céu "Deus nos enxugará dos olhos toda a lágrima". Como eu gostaria de dizer isso aquela familia despedaçada pela dor! Imagino suas indagações: mas, por que? É justo que um pai de família saia alegre com seus filhos (e alí havia um menor de colo) e, sem contribuir com exatamente nada perca a vida? Perguntamos, porque ó Pai?
Sabemos que Deus tem um propósito para todas as situações! Oro, continuo orando para que Deus, com sua sabedoria alcance e conforte aquelas pessoas enlutadas! Peço a você, que no momento lê esta matéria que, mesmo desconhecendo as pessoas enlutadas, também, por alguns segundos interceda a Deus por elas.
Precisamos fazer o nosso melhor para abreviar aquele dia no qual como diz o cântico dos Arautos do Rei " Uma coisa Deus prometeu; um novo mundo vai começar. Nunca mais o mal virá, nunca mais. Nunca mais as

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