domingo, 23 de maio de 2010

Igreja acolhedora

Extraído da Revista Adventista de Abril de 2010.

Igreja acolhedora

Ajude sua congregação a ser uma comunidade fraternal

Faz muitos anos, fiz uma viagem de carro a Belém do Pará. A bordo de um Fusca 72, saí com a esposa e duas filhas pequenas para enfrentar uma aventura de três mil quilômetros. No fim do segundo dia de viagem, paramos numa cidade do norte de Goiás, hoje Tocantins. Hospedamo-nos num humilde hotel e, após refrescante banho, fomos ao salão da igreja adventista. Era quarta-feira à noite e havia ali aproximadamente vinte pessoas. ao pobre: Tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, não fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de perversos pensamentos? Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que Ele prometeu aos que O amam?” (Tg 2:1-5). Graças a Deus, estamos crescendo em amabilidade e cortesia por meio de nossos recepcionistas. Sorrisos, aperto de mãos, boas-vindas – tudo isso é muito bom, mas não é suficiente. É apenas o começo de uma atitude de amor que deve se aprofundar cada vez mais. Há igrejas que tratam muito bem os visitantes. Contudo, parece que existe na cabeça de alguns membros a ressalva: nec plus ultra, expressão latina que quer dizer: “Nada mais além”. Ou seja, tais pessoas se especializam em acolher os que chegam, mas não se relacionam bem com os que já estão por mais tempo. São incapazes de conviver com as diferenças. Ao descobrirem que esse ou aquele irmão não é perfeito, passam a olhá-lo com parcialidade. O que lhes falta é “o amor [que] não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal” (1Co 13:4, 5). Finalmente, uma igreja é verdadeiramente acolhedora quando seus membros mais ilustres se misturam com os pobres. As diferenças sociais, econômicas e culturais não afetam os relacionamentos. A igreja se torna uma comunidade fraternal. Todos são membros da família de Deus. Tenho um amigo que frequenta o que poderíamos chamar de “igreja dos ricos”. Embora seja culto, de bom nível social, anda no meio do povo. Sua classe de Escola Sabatina pode ser definida por meio da palavra grega koinonia: comunhão (At 2:42). Ele suprimiu um termo da expressão nec plus ultra. Ou seja, ficou plus ultra: “mais além”. Por isso, suas atitudes vão muito além da mera cordialidade. Você deseja que sua congregação se torne um cantinho do Céu na Terra? Então, saia do script da formalidade e cumpra o “plus ultra” do amor cristão. Uma igreja com esse tipo de pessoas se torna irresistível, além de acolhedora.

Rubens Lessa é editor da Revista Adventista. rubens.lessa@ cpb.com.br

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